As geadas e as neves apanharam-no desprevenido. E foi-lhe muito difícil fazer nascer umas tímidas folhas, para saudar o sol quente do Verão.
ditos & escritos,
...contos, memórias e outras histórias, ...onde pousar palavras que desejem durar um pouco mais.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Um Guiço
As geadas e as neves apanharam-no desprevenido. E foi-lhe muito difícil fazer nascer umas tímidas folhas, para saudar o sol quente do Verão.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
História de um rio
terça-feira, 17 de maio de 2011
Cangosta do Estêvão
– Ó tio Luís! – perguntou o pegureiro – Vossemecê viu aí na Agra da Cruz uma cabra?
– Não a vi, rapaz, mas ouvi-a berrar lá para o rio. Mete aí pela cangosta do Estêvão, e vai pela beira do rio abaixo que a topas lá para a Várzea das Poldras ou na Ínsua.
– Está mesmo indo... – interveio a tia Brites. – Boa hora é esta para um rapazinho se meter à cangosta do Estêvão!
– Então que tem? – Que tem?! Vai perguntá-lo à Zefa do João da Laje que ficou lá tolhida uma noite, e nunca mais teve saúde.
Bom... não parece que se tivesse visto, nesta noite, a cabra nem outra coisa qualquer que levasse ninguém a tolhimento ou a cisma... que se saiba, claro! Nem tampouco se soube que tivesse vindo a caminho qualquer alma de outro mundo ou lobisomem.
Mas sei, de fonte segura, que houve gente que não se botou a caminho sem que levasse consigo um enxotador de mais encontros, assim fingido de amparador de passos.
– Para que é o marmeleiro, ó Zé?
– Ando mal dum joanete e a vara ajuda.
Parece que em surdina alguém referiu que ainda não se tinha visto que o Zé mancasse, neste trilho, entre Landim e Seide, em companhia de Camilo Castelo Branco, recordando “Novelas do Minho”, na noite de Sábado, 14 de Maio.
https://picasaweb.google.com/jlfpimentel/14DeMaiDe2011DeLandimASeide?authkey=Gv1sRgCLS24qS9yIm4Bg&feat=email#
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Civilidade... à portuguesa
Um automóvel estaciona em lugar reservado a pessoas portadoras de deficiência e, do mesmo, sai um casal com uma criança.
Um outro utente do parque interpela-os chamando a atenção para o facto de terem estacionado em lugar impróprio e mostra-lhes mesmo que poderiam ocupar um lugar muito próximo que nesse momento estava a vagar. Obteve resposta… Esta resposta… da, aparentemente, senhora:
─ Olhe! Chame a polícia.
Que poderia o cidadão fazer? … Este encolheu os ombros e sorriu.
E eu, de longe, pensei nos princípios por que se hão de reger a acção e o ser dessa família e nos valores que transmitirá à criança que eu vi. E entre estes pensamentos formulei meu derradeiro desejo de Ano Novo:
─ Que o novo ano dê a Portugal um novo Povo.
sábado, 9 de outubro de 2010
Dia do Professor
Nas escolas fica meio esquecido entre o antever e o rever o Dia da República e os professores vão para casa, no dia 4 de Outubro, com a ideia de que os seus alunos poderiam ter ouvido dizer que o dia seguinte seria “Dia Mundial do Professor” e porque razão o Director-Geral da Unesco, em 1994, declarou o dia 5 de Outubro, como tributário aos professores.
Este ano, a Fenprof decidiu comemorar o dia em duas acções (Hoje, em Lisboa e no próximo sábado, no Fundão) sob o tema “Os Professores, Em defesa da Escola Pública”.
E eu, na impossibilidade de estar presente, comemorei-o à minha maneira: Corrigi alguns trabalhos, comentei textos dos meus alunos no blogue da turma e …
… ouvi música.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
De facto, escrever não é um acto fácil!
Mas logo que desejamos ocupar o lugar de autor, nos ilibamos da responsabilidade da busca e, com um despretensiosismo assumido, vamos desculpando a preguiça em rever e repensar aquilo que arrumamos para nós, revelando pouco, raramente de qualidade significativa, mas sempre na secreta esperança de uns quantos (ou poucos) leitores chegarem às nossas palavras, para fazer brilhar a auto-estima.
Quando iniciei estes ditos & escritos, mais que sabia que um dia iria ilibar-me da pouca produção, mas há momentos em que há que escrever e que passar para os outros, sejam quem for, o que vai na alma.
Nem que seja, a confissão pura e dura de que, de facto, escrever não é um acto fácil.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Resíduos!
Tão simples como isto …
No habitual processo, anterior à deposição de um saquinho de lixo à minha porta, para recolha dos serviços municipais, dei-me conta de que havia elementos que, normalmente, eu segregaria e canalizaria para outro destino sem que, contudo me importasse.
O lixo foi … mas ficou um certo desconforto!
Um desconforto estranho, o desconforto de quem está habituado a cuidar, de quem diz à menina do supermercado que pode juntar vários produtos no mesmo saco, de quem usa pilhas recarregáveis e prefere embalagens de reutilização, que composta os orgânicos, que separa os vidros, os metais e plásticos e… encontra agora justificação plausível para se importar menos e menos com o seu desempenho.
Porque hei-de ser voluntarioso e pagante?
Porque hei-de pagar cada vez mais e mais taxas sobre resíduos que não produzo de forma associada a consumos que não se relacionam.
Porque vejo, sem réstias nem sinais de penalização, deposição absurda de detritos e resíduos ao longo das nossas estradas?
Porque vou depositar ao ecocentro os cartões que inevitavelmente acabo por juntar em casa e digo ao funcionário o meu nome … inconsequentemente?
Sei que a penalização pelo incumprimento, em Portugal parece ser contraproducente e fazer passar por vítima o infractor condenado e por herói o mesmo quando consegue esquivar-se.
Então… usem-se os procedimentos inversos!
Ao contrário de procurar, esperar, apanhar e castigar o infractor … estimule-se o comportamento respeitoso do ambiente e do direitos de todos a frui-lo limpo e cuidado.
Como?
Invente-se!
Usem-se as laureadas cabeças para pensar e não apenas para passear vaidades e promessas, em festas, feiras e propagandas.