segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Resíduos!

Um destes dias dei-me conta de que o meu respeito pelo ambiente já conheceu melhores dias.
Tão simples como isto …
No habitual processo, anterior à deposição de um saquinho de lixo à minha porta, para recolha dos serviços municipais, dei-me conta de que havia elementos que, normalmente, eu segregaria e canalizaria para outro destino sem que, contudo me importasse.

O lixo foi … mas ficou um certo desconforto!
Um desconforto estranho, o desconforto de quem está habituado a cuidar, de quem diz à menina do supermercado que pode juntar vários produtos no mesmo saco, de quem usa pilhas recarregáveis e prefere embalagens de reutilização, que composta os orgânicos, que separa os vidros, os metais e plásticos e… encontra agora justificação plausível para se importar menos e menos com o seu desempenho.

Porque hei-de ser voluntarioso e pagante?
Porque hei-de pagar cada vez mais e mais taxas sobre resíduos que não produzo de forma associada a consumos que não se relacionam.
Porque vejo, sem réstias nem sinais de penalização, deposição absurda de detritos e resíduos ao longo das nossas estradas?
Porque vou depositar ao ecocentro os cartões que inevitavelmente acabo por juntar em casa e digo ao funcionário o meu nome … inconsequentemente?
Sei que a penalização pelo incumprimento, em Portugal parece ser contraproducente e fazer passar por vítima o infractor condenado e por herói o mesmo quando consegue esquivar-se.
Então… usem-se os procedimentos inversos!
Ao contrário de procurar, esperar, apanhar e castigar o infractor … estimule-se o comportamento respeitoso do ambiente e do direitos de todos a frui-lo limpo e cuidado.

Como?
Invente-se!

Usem-se as laureadas cabeças para pensar e não apenas para passear vaidades e promessas, em festas, feiras e propagandas.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Grito!

Abafa-me na voz a raiva,
Dói a alma.

Mascara-se,
Por saber quem sou,
O rosto
De um sorriso que finjo,
Por amor a quem o dedico.

Mergulha
A paixão de outrora
Na mentira de quem manda.
Desespera e definha
Tristemente a razão.

Roubaram-me o gozo.
Maltratam-me o ser com mentiras.
Conspurcam o meu toque
Com arremedos de certezas.
Pintam de dúvida
Escarpas que foram alvas e serenas
E de onde
Viu mais longe
Quem as escalou.

Grito silêncios
Aos vampiros do meu ser,
Surdos e soberbos.

Levem-me o sangue
Lhes aproveite!
Morram de bêbados!!!